No último fim de semana, de 15 a 17 de novembro, a Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, por meio do setor Educação, promoveu o XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação (Enape), na arquidiocese de Vitória (ES).
O evento reuniu 505 (sendo 105 presenciais e 400 de forma remota) agentes pastorais de todas as regiões e dos 19 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em torno da relexão sobre os desafios e horizontes da ação evangelizadora da Igreja no âmbito educacional. Do Regional Sul 2 da CNBB, participaram seis pessoas.
Com o tema “Educadores: peregrinos de esperança”, os participantes seguiram um itinerário metodológico que os convidou a analisar a realidade educativa e pastoral, iluminando suas experiências à luz do Jubileu de 2025.
Inspiração no apóstolo Anchieta
O encontro teve como marco espiritual e histórico a peregrinação ao Santuário Nacional São José de Anchieta, onde os educadores vivenciaram momentos de oração e uma profunda conexão com o legado do apóstolo do Brasil.
Para a professora Edna Maria, do Regional Sul I, a figura de Anchieta ressoa como uma inspiração para os educadores de hoje. “A figura de São José de Anchieta, como um educador sensível e atento, inspira todos nós, professores, a educarmos com afeto e empatia. Estar aqui é uma oportunidade de renovar nosso compromisso com uma prática pedagógica fundamentada nos valores cristãos”, destacou.
Para o padre Júlio César, assessor do setor Educação, o grande diferencial do Enape é a integração de diversas experiências e iniciativas que revelam a presença samaritana dos educadores católicos nos ambientes educativos. “O Enape é uma expressão viva de como os educadores buscam ser sinais de esperança, promovendo valores humanos e cristãos em seus contextos”, afirmou.
Luzes e sombras do mundo da educação
Os painéis apresentados durante o encontro ofereceram aos participantes a oportunidade de refletir sobre as “luzes e sombras” no contexto educativo atual, apontando tanto as ameaças à educação integral quanto as oportunidades de missão nos espaços educativos. Essa análise foi vivida como expressão de uma Igreja em saída, comprometida com a promoção de uma educação inclusiva e transformadora.
A partilha de experiências entre educadores de diversas regiões do Brasil resultou na construção de um rico mosaico das iniciativas pastorais da Igreja no campo da educação. Como fruto dessas reflexões, os participantes elaboraram uma carta que expressa suas preocupações, compromissos e esperanças, reafirmando a missão de educar com base nos valores cristãos.
Conheça a íntegra do documento:
Carta de Vitória – XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação
Testemunho dos participantes do Paraná

A coordenadora Regional da Pastoral da Educação, Rosiana de Moura Proença Pereira, da diocese de Paranaguá (PR), afirmou que o encontro propiciou momentos de formação, partilha e celebração de um avivamento para a caminhada da Pastoral da Educação no Paraná. “Quando Jesus disse, em Atos 1,8, que o Espírito Santo nos capacitaria para sermos testemunhas eficazes em todo o mundo,vemos de fato que o ENAPE cumpriu seu objetivo”, disse ela.
Para a coordenadora da Pastoral da Educação da Arquidiocese de Maringá (PR), Stella Maris Nápolis, foram vivenciados momentos inesquecíveis durante o encontro. “Tudo foi preparado com muito carinho, momentos intensos de um grande reavivamento da nossa caminhada de Pastoral. Sentimos impulsionados a não parar. Vivenciar esses momentos juntos nos alimentou o espírito e o coração. Retornamos com vontade de continuar juntos(as) na caminhada e isso tudo sempre é motivo de resignificaçao missionária. O mundo da Educação precisa de cada um(a) de nós : EDUCADORES: Peregrinos de Esperança”, testemunhou ela.
O diácono Márcio Henrique Lopes, da diocese de Umuarama (PR), o encontro foi uma experiência gratificante de partilha e espiritualidade com professores de todas as partes do Brasil. Ele destacou três pontos me marcaram profundamente: “Primeiro: Educar é um ato de amor. Segundo: Educar é um ato de esperança. Terceiro: Educar é um ato de humanização”. E complementou: “Numa sociedade marcada pelo consumo, exclusão e a competitividade, a educação deve surgir como sinal de esperança e transcendência, não visando índices, mas a promoção da pessoa humana. Queremos educar com o exemplo e a coragem de São José de Anchieta, apóstolo do Brasil”, afirmou o diácono.