A Missão se faz com os pés dos que vão, com os joelhos dos que rezam, com as mãos dos que contribuem e com o coração dos que amam!

Há dois anos, dez benfeitores, de diferentes cidades do Paraná, assumiram a formação acadêmica em medicina para o jovem guineense, Freedom Adulai N´ganha. O curso na Universidade Jean Piaget, em Bissau, capital da Guiné-Bissau, tem uma mensalidade de, em média, R$700,00 (varia conforme a cotação do Euro). Esse é um valor muito alto para a realidade da Guiné-Bissau.
Como muitos jovens da Guiné-Bissau, Freedom, hoje com 28 anos, cultivou o sonho de estudar. Proveniente de uma família pobre, sua mãe faleceu quando ainda era criança e seu pai não teve condições de cuidar dele e dos outros dois irmãos. Sendo assim, ele foi entregue para ser criado por um tio. Conseguiu cursar os estudos primários numa escola de missionários evangélicos, onde trabalhava para ajudar a pagar a mensalidade. Nesse período, despertou nele o desejo de ser médico.
A educação no país da Guiné-Bissau, que é um dos mais pobres do mundo, é muito precária. O índice de analfabetismo é alto e são poucos que conseguem chegar ao ensino superior. O que, consequentemente, mantém o país no nível da pobreza, pois faltam profissionais qualificados em muitas áreas, como as da saúde e as da educação.
Com a ajuda de familiares e muita dificuldade financeira, Freedom conseguiu cursar enfermagem, um curso que estava ao seu alcance. Mas ainda com o sonho de ser médico. No último ano do curso, ele veio fazer estágio em Quebo, cidade onde está a Missão Católica São Paulo VI, mantida pela Igreja do Paraná. Assim, Freedom tornou-se próximo dos missionários, que também ajudam no hospital e tem o âmbito da saúde como um dos pilares da Missão.
A Missão Católica São Paulo VI no âmbito da saúde
Desde o início da Missão, no ano de 2014, a dimensão da saúde foi uma das áreas de atuação dos missionários. Eles ajudam no hospital, primeiramente, sendo uma presença de Deus, que leva esperança e conforto. Depois, atendendo necessidades básicas, como saciar a fome dos que estão internados e a manutenção das estruturas físicas do hospital. Alguns missionários enviados eram profissionais da área da saúde e puderam dar uma contribuição direta, segundo sua competência.



O trabalho dos missionários no âmbito da saúde é, indiscutivelmente, necessário naquele país. No entanto, conforme a Missão foi dando passos, foi sendo discernido que havia necessidade de algo a mais, de uma ajuda que pudesse ser permanente e mais eficaz ao país.
Então, surgiu a criação de um projeto para proporcionar educação, na área da saúde, para jovens guineenses que tivessem o desejo de estudar, com a finalidade de dar melhores condições de vida ao seu povo. O projeto motiva católicos do Paraná a assumir a formação do curso superior de um jovem.
Freedom é o primeiro beneficiado do projeto e já está no segundo ano do curso de medicina. Ele é muito grato à Deus e aos benfeitores que o estão ajudando. No vídeo abaixo ele relata um pouco da sua história e manifesta a gratidão por tudo que está recebendo.
Outros projetos missionários com benfeitores
Ajudar financeiramente a Missão é uma das formas de ser missionário. Muitas pessoas não podem ir até a Guiné-Bissau, mas todos podem rezar e ajudar na manutenção da missão. Todas as formas são nobres e dignas, pois são expressão da vocação, do amor a Deus e aos irmãos mais necessitados.
Atualmente, além dos benfeitores que ajudam o Freedom a cursar medicina, outros 60 benfeitores ajudam a manter os alunos matriculados na Escola São Paulo VI, com a garantia de merenda diária, colaborando com R$65/mês.





A Missão tem como projeto continuar investindo na profissionalização de outros jovens guineenses, em diversas áreas do conhecimento. Para isso, outros jovens, com interesse de estudar, estão sendo acompanhados, no intuito de oferecer-lhes uma bolsa de estudos futuramente.
Esse acompanhamento é feito pelos missionários, em comum acordo com a diocese de Bafatá. Entre os critérios, está a sincera intenção e responsabilidade de dedicar-se aos estudos e o compromisso social caritativo de servir a comunidade guineense. Capacitar os próprios guineenses é uma forma de, a longo prazo, ajudá-los a serem autônomos e terem condições de construir um futuro melhor para seu povo.
Karina de Carvalho
Assessora de Comunicação da CNBB Sul 2