Entre os dias 28 e 30 de novembro, a bióloga e integrante da coordenação da Pastoral da Ecologia Integral, Rivea Medri Borges, participou do 2º Encontro Global da Economia de Francisco (EoF), realizado em Castel Gandolfo, na Itália. O evento reuniu cerca de 500 participantes de mais de 50 países, entre jovens, economistas, empresários, educadores, cientistas, pesquisadores, representantes de povos tradicionais e diversos agentes de mudança comprometidos com a construção de um modelo econômico mais justo, fraterno e sustentável.

Inspirado na vida profética de São Francisco de Assis, o encontro propôs uma reflexão crítica sobre o atual sistema econômico, marcado pela exploração da natureza e da mão de obra, pela maximização de lucros e juros especulativos, pela concentração de riqueza, pelo aumento das desigualdades e pela cultura do descarte. “São Francisco continua sendo uma referência profundamente atual, sobretudo diante de uma economia que insiste em explorar, acumular e descartar tanto a natureza quanto as pessoas”, destacou Rivea.

Com o lema “Restarting the Economy” (“Reiniciando a Economia”), o encontro promoveu debates e reflexões sobre temas como trabalho, cuidado, novos indicadores de desenvolvimento, felicidade, justiça social, modelos econômicos alternativos e inteligência artificial. Testemunhos e experiências concretas evidenciaram a urgência de uma transformação econômica em nível global.

A programação foi marcada por plenárias, workshops, partilhas pessoais e momentos de reflexão coletiva, favorecendo um ambiente de fraternidade e escuta. Para Rivea, a vivência foi além de um evento acadêmico: “Não foi apenas uma conferência. Foi uma experiência profundamente inspiradora, onde o vigor criativo dos jovens, a sabedoria dos profissionais experientes e as reflexões proféticas se encontraram”.

Durante o encontro, Rivea participou da sessão “EoF Ideias Extraordinárias”, na qual apresentou sua experiência com o projeto A Graça do Trabalho. A iniciativa é desenvolvida na Amazônia e nasceu de sua vivência missionária na Terra Indígena Eware, em 2023. “Apresentei a caminhada do projeto como um testemunho concreto de que é possível construir uma economia que regenera, que coloca os excluídos no centro e cuida da Casa Comum”, afirmou.

Apresentação do projeto: A Graça do Trabalho

Segundo a bióloga, sua atuação nessa área foi fortemente impulsionada pela participação no Encontro Global da Economia de Francisco em 2022. “Foi ali que senti o chamado para seguir com ainda mais afinco na construção de alternativas econômicas que respondam às mudanças climáticas e cuidem da vida”, recordou.

Em 2024, o projeto A Graça do Trabalho recebeu reconhecimento internacional ao ser contemplado com o Prêmio Francisco de Assis e Carlo Acutis por uma Economia da Fraternidade, concedido pelo Santuário do Despojamento, em Assis, na Itália.

Para Rivea, participar do encontro representou um verdadeiro jubileu da esperança. “Em tempos de tantas incertezas e desalentos, escutar vozes proféticas e sentir a força coletiva da comunidade global da Economia de Francisco renovou em mim o desejo de agir”, partilhou.

Ela ressalta que a Economia de Francisco é um movimento que vai além da reflexão teórica. “É um movimento que não apenas pensa soluções, mas convoca cada um de nós a ser agente de mudança, como pediu o Papa Francisco desde 2019”, afirmou.

Rivea retornou ao Brasil fortalecida pela experiência e convicta da urgência de transformar o atual modelo econômico. “Precisamos, com urgência, reiniciar a economia. E cada um de nós, sem exceção, tem um papel essencial a cumprir nessa transformação”, concluiu.

Por Rivea Medri Borges

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