A Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu no último final de semana, 20 e 21 de maio, a Vigília Pelos Mortos de Aids. O tema proposto foi: “Memória e Reconhecimento”, expressão que coloca em comunhão as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aquelas que cuidam da vida e buscam que os direitos humanos sejam respeitados.
No dia 20 de maio, foi realizada a missa nacional da vigília, diretamente do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, com transmissão ao vivo pela TV Aparecida, presidida pelo bispo de Nova Friburgo (RJ) e bispo referencial da Pastoral da Aids na CNBB, dom Luiz Ricci. Já no domingo dia 21, a celebração foi realizada pelas equipes da Pastoral da Aids nos 17 regionais da CNBB.
Vigília pelos mortos de aids no Paraná
A Pastoral da Aids no Regional Sul 2 da CNBB motivou, antecipadamente todas as arqui/dioceses a realizarem a vigília. Em Curitiba, a vigília aconteceu na paróquia Imaculado Coração de Maria, onde o pároco é o padre Eguione Nogueira, que também é o coordenador diocesano da dimensão sociotransformadora na arquidiocese de Curitiba (PR).
Com início às 17 horas, membros da Pastoral da Aids realizaram uma roda de conversa, na qual os coordenadores e agentes partilharam sobre sua experiência e trabalho na pastoral. Em seguida, aconteceu a celebração eucarística, que foi presidida pelo assessor regional da Pastoral da Aids, padre Gilberto Rodrigues Oliveira Filho.
Durante a celebração, no momento das preces, foi realizada a dinâmica da colcha de retalhos, que consiste em colocar o nome da pessoa que faleceu em decorrência do vírus HIV e se costura uma colcha. Essa dinâmica é feita com velas e o laço vermelho, que caracteriza a Pastoral da Aids.
Conforme explicou o assessor regional da Pastoral da Aids, padre Gilberto, a vela simboliza a esperança. “É acender uma luz de esperança, uma chama de esperança que acende nos nossos corações, na intenção daquele irmão, daquela irmã, que faleceu vítima dessa do HIV e AIDS”, disse o padre.



Na diocese de Paranaguá (PR), a Pastoral da Aids realizou uma divulgação na feira de artesanato, que acontece no pátio do Santuário de Nossa Senhora do Rocio. Às 17 horas, foi realizada na vigília no Santuário e a celebração da eucaristia.



História da Vigília
A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional que iniciou em maio 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos Mortos da Aids. De 1980 a junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 36,4 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia, em 1981, até os dias atuais, mais de 40 milhões de pessoas morreram de Aids em todo o mundo. E continuam a morrer… Segundo o Boletim Epidemiológico (BRASIL, 2022), desde o início da epidemia de Aids no Brasil (1980) até 31 de dezembro de 2022, foram notificados no Brasil 371.744 óbitos tendo o HIV/Aids como causa básica.
Em 2023, com o tema “Memória e Reconhecimento”, queremos recordar a profecia que nos faz esperançar num mundo sem aids. Neste dia queremos fazer memória dos mortos em consequência da Aids, e suscitar nossa solidariedade com as pessoas que vivem e convivem com o HIV, despertando toda a população para a prevenção. A igreja, mobilizada pela Pastoral da Aids e por entidades comprometidas com a causa, dá sua contribuição promovendo a solidariedade. Lembra, ao mesmo tempo, que a morte não é a última palavra sobre o humano. Cristo ressuscitou para que transformemos os sinais de morte em sinais de vida.
(Com informações do portal da CNBB)