“Igreja em Saída: a Pastoral da Educação na Escola Pública” foi o tema do encontro virtual que reuniu mais de 1500 educadores do Brasil

Aconteceu nos dias 11 e 12 de setembro, o XX Encontro Nacional da Pastoral da Educação. Este ano, devido à pandemia, o encontro foi virtual com a participação de mais de 1.500 educadores de todo o país. Dentre os participantes, 114 eram do Paraná. Inspirado na convocação missionária do Papa Francisco e na realização do Pacto Educativo Global, o encontro teve por tema: “Igreja em Saída: a Pastoral da Educação na Escola Pública”, com o objetivo de impulsionar uma atuação mais efetiva da Pastoral da Educação nas escolas.
Ser Igreja em estado permanente de missão é um imperativo do Pontificado do Papa Francisco, que tem provocado os organismos eclesiais a um maior empenho em sair ao encontro das situações e ambientes que carecem do serviço samaritano dos cristãos. Entre as muitas periferias geográficas, sociais e existenciais encontra-se o vasto e importante campo da educação e, em especial, a escola pública.
A ação pastoral da Igreja no ambiente da escola pública precisa ser norteada por três aspectos fundamentais: serviço, diálogo e ecumenismo. Para isso, a missão deve ser compreendida à luz do Concílio Vaticano II, que apresenta a Igreja como grande “servidora da humanidade”. O próprio termo “pastoral” refere-se a imagem do pastor, do cuidado e da proximidade, assim os agentes da pastoral estão como servidores que desejam estender a mão e cuidar, colaborar para que também a escola pública seja lugar da vida em abundância.
A pandemia do COVID-19 trouxe mudanças radicais para toda a sociedade. No campo educacional, as mudanças proporcionaram às escolas a descoberta de novas metodologias para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Os professores foram desafiados a ressignificarem, de imediato, as suas práticas pedagógicas e as famílias passaram a acompanhar, no lar, a rotina escolar de seus filhos.
Diante disso, os diversos Conselhos de Educação, em nível nacional, estadual e municipal, emitiram notas, regulamentando a substituição das aulas presenciais por atividades remotas, via meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia. Ressalta-se, porém, que a desigualdade social é um dos principais desafios da atualidade. Ela impede que o processo educativo em meios digitais atinja a todos, principalmente àqueles que vivem realidades mais vulneráveis, nos grandes centros urbanos e regiões rurais, e são atendidos na rede pública de ensino.
O impacto emocional advindo das experiências da pandemia demandará muita sensibilidade dos educadores, ao lidar com estudantes, famílias e colegas de trabalho. As experiências educativas vivenciadas pelas escolas durante a pandemia são, historicamente, importantes para a remodelagem do processo ensino e aprendizagem.
Os Encontros Nacionais da Pastoral da Educação representam um momento importante na caminhada da ação evangelizadora no ambiente da Educação. Este ano, de forma especial, o encontro apontou para a escola pública como território especial para a missão da Pastoral da Educação. Como organismo da Igreja Católica, a Pastoral, por meio de seus agentes; tem nas últimas décadas, sido uma presença servidora entre os educadores, estudantes e comunidade escolar.
O XX Encontro Nacional da Pastoral da Educação, ressoando o mandato de Jesus “ide e fazei discípulos”, partilha com o educador, a escola, a paróquia ou a diocese o sonho de uma pastoral presente e atuante em cada escola pública. Nas palavras do Papa Francisco: é preciso ter “coragem de investir as melhores energias com criatividade e responsabilidade, com pessoas abertas, responsáveis, disponíveis a encontrar o tempo para a escuta, o diálogo e a reflexão de modo a constituir um novo humanismo”. O encontro nacional despertou em todos essa coragem da fala do Papa Francisco e renovou o entusiasmo e a paixão pela missão pastoral e educativa.
(Professor João Felipe Silveira Ribeiro – Coordenador Estadual da Pastoral da Educação no Regional Sul 2 da CNBB)