terça-feira, 19 março 2024

Pastoral do Migrante

COORDENAÇÃO

Bispo referencial
Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo metropolitano de Londrina 

Coordenadora Regional
Elizete Sant Anna de Oliveira
(41) 9 9623-5356
E-mail: [email protected]


APRESENTAÇÃO

Pastoral dos MigrantesJustificativa

Hoje em dia não há nenhum país que não tem alguns dos seus filhos se movimentando de um lugar para outro seja dentro ou fora do país. São diversos os motivos que os levam a migrar, mas a finalidade é sempre a mesma, encontrar uma opção de vida melhor. É tão visível o fenômeno da migração, a cada dia que passa, ele torna mais, forte, mais gritante, mais desafiador e muitas vezes os migrantes são vítimas. Portanto um serviço pastoral a favor dos nossos irmãos migrantes se faz indispensável. Tendo consciência disso o documento de Aparecida vê nos migrantes como novos sofredores e pobres que clamam no mundo de hoje e que precisam de um acompanhamento eclesial e pastoral.(DA411) E que diante desse fenômeno crescente da mobilidade humana a Igreja como mãe deve se sentir como Igreja sem fronteira, atenta a esse fenômeno. (DA 412) Isso significa um compromisso para um mundo mais justo e solidário para com nossos irmãos migrantes.

No aspecto da migração “O Paraná se revela como um estado de passagem. Vale retomar o confronto que faz José de Souza Martins entre algumas regiões brasileiras. Segundo ele, se tomamos o vale do Uruguai, ao norte do Rio Grande do Sul, entre a chegada e a saída, os colonos permaneceram ali cerca de um século, no cultivo de uma agricultura de subsistência. Já em São Paulo e depois no Paraná, esse espaço entre a chegada e a partida se reduz a cerca de 40 ou 20 anos. Subindo para Mato Grosso e Rondônia, o tempo de resistência na terra se contrai ainda mais. A conclusão é que à medida que as relações capitalistas de produção penetram na agricultura brasileira, diminui a permanência dos pequenos produtores e a variedade de seus cultivos, por um lado, e, por outro, aprofunda-se a concentração da propriedade da terra.

Vale também um retorno aos clássicos da economia brasileira, especialmente Caio Prado Junior e Celso Furtado, entre outros. De acordo com eles, a agricultura brasileira assenta-se sobre o tripé latifúndio, trabalho escravo e monocultura de exportação. Esse tripé continua vigente não só como chave ou metáfora de nossa história, mas como realidade bem viva. Nesse esquema, o colono é o peão das fazendas de gado, de cana e das plantações de grãos em geral. Ele vai à frente, derruba a mata, mata as cobras e às vezes os índios, prepara o solo, vive aí por algum tempo… Até que lhe vem no encalço o fazendeiro com capital, máquinas e jagunços, obrigando-o a seguir adiante. Ele prepara a cama para o boi se deitar. Nesse sentido, a ocupação e a desocupação do estado do Paraná ilustra bem esse nó histórico e estrutural que marca a estrutura agrária e a agricultura brasileira” (Pe. Alfredo Gonçalves, Cs)

O Paraná além desta forte migração interna, registra um número elevado de cidadãos que emigram para outros países dos vários continentes e ao mesmo tempo está recebendo muitos migrantes de outros países, especialmente sócios do MERCOSUL e dos Países do Oriente. Portanto podemos concluir afirmando a existência de 4 fluxos migratórios fortes, complexos e permanentes no Paraná:

  • Êxodo interno com três movimentos simultâneos (campo-cidade; capital-área metropolitana e da área Metropolitana para as cidades do interior).
  • Êxodo de Paranaenses para o Exterior (Japão, EUA, Europa…)
  • Êxodo Regional (paranaenses para os Países da América do Sul e Sul-americanos, latino Americanos, vários países da África para o Paraná), entre os imigrantes muitos estudantes estrangeiros.
  • Brasileiros retornados do Paraguai, da Espanha, da Inglaterra, dos Estados Unidos, entre outros.

Nos últimos anos percebemos que o Paraná tem recebido estudantes estrangeiros, pessoas imigrantes e refugiados de diversas nacionalidades para viver, trabalhar, estudar em nosso Estado, assim podemos também fundamentar nosso trabalho no seguinte pensamento do Pai e Apóstolos dos Migrantes – João Batista Scalabrini. “Para o migrante a Pátria é a Terra que lhe dá o Pão, trabalho e dignidade para viver.” Ou ainda “Aonde está o povo que trabalha e sofre ali está a Igreja”.

Objetivo

Suscitar, articular e dinamizar a organização coletiva dos migrantes, imigrantes e das Instituições e agentes que atuam junto com estes em vista do Reino de Deus, no Regional Sul 2, Capacitando as lideranças para uma ação efetiva junto aos migrantes a luz da proposta do Evangelho e das próprias orientações da Igreja. Isso implica um trabalho que leva a comunhão e integração entre os migrantes, partilhando os valores da fé e das suas culturas. Incentivar o compromisso eclesial e social junto e com os migrantes, para que eles sejam respeitados e aceitos como seres humanos com toda dignidade, como sujeitos e protagonistas da sua história.

NOSSA MISSÃO: Sensíveis à dor humana e atentos às causas injustas da migração forçado, queremos ser uma presença acolhedora, profética e solidária e um espaço de liberdade e de participação defendendo a vida dos(as) migrantes, principalmente os mais vulneráveis e empobrecidos para juntos construirmos uma cultura de paz, de justiça e de dignidade para toda a família humana “EU ERA MIGRANTE, PEREGRINO, ESTRANGEIRO E ME ACOLHESTE” (Mt 25,35).

Diretrizes

  • Trabalhar sempre em sintonia com as diretrizes da Igreja local.
  • Sensibilizar a todos para com os direitos humanos, sem duvida os migrantes costumam ser as vítimas da exploração, violação, violência, o racismo, xenofobia, preconceitos, discriminação, trabalho escravo e degradante.
  • Observar e acompanhar o rumo da migração
  • Conscientizar a Igreja local e a sociedade em geral sobre o fenômeno da migração e a necessidade de todos se comprometerem com a causa.
  • Apoiar a criação da pastoral migratória e grupos de acolhida nas Dioceses, paróquias e comunidades que ainda não os tem.
  • Como Igreja devemos dar uma atenção especial aos imigrantes Retornados do Paraguai (conhecidos como Brasiguaios); aos Paranaenses no exterior e seus familiares; aos que vivem em área de fronteiras, a migração temporária ou sazonal, e aos imigrantes que chegam nas periferias das cidades (de modo especial aos que estão em situação irregular/indocumentados), sem jamais esquecermos das imigrações históricas do nosso Estado que foram muito importante e continuam sendo na construção do Estado do Paraná e do Brasil. (Europeus e Orientais)
  • Organizar e incentivar missões populares e visitas sócio-pastorais junto aos migrantes, que favoreçam a participação de leigos, religiosos, seminaristas e simpatizantes da missão.
  • Apoiar e incentivar projetos alternativos e comunitários de resistência a emigração.
  • Capacitar lideranças migrantes mediante a realização de encontros e reuniões formativas, especialmente sobre os temas da cidadania, bíblia, mística e migrações.
  • Organizar jornadas, simpósios, seminários regionais sobre o tema da Mobilidade Humana, em parcerias e cooperação com Organismos, Instituições e o Mundo Acadêmico.
  • Motivar Igrejas de origem e destino, para trabalhos afins e intercâmbio pastoral.
  • Apoiar a luta dos trabalhadores sem terra na luta pela reforma agrária juntamente com a política de reforma urbana.
  • Dar uma atenção especial a questão legal e de cidadania dos migrantes, promovendo audiências públicas, assessoria jurídica, defensorias de direitos humanos para os migrantes e propor novos projetos de leis migratórias que contemplem os vários tratados internacionais e a verdadeira integração dos povos Sul-americanos.
  • Conscientização da Igreja e da sociedade em geral sobre a questão migratória.

Atividades Permanentes

  • Reunião da coordenação Regional (Foz do Iguaçu, Londrina, Cascavel, Curitiba, Apucarana).
  • Formação permanente de agentes sobre o fenômeno da migração por meios dos documentos da Igreja, leis de Migração, Políticas Públicas.
  • Acolhida e assistência diária aos migrantes e imigrantes nos centros de acolhimento aos migrantes.
  • Celebração das festas religiosas e civis e dos locais de origem com acompanhamento humano, espiritual e social.
  • Reuniões de formação com os agentes da pastoral do migrante
  • Organizar e difundir a semana do migrante e incentivar aonde ainda não se celebra dando prioridade à festa e a dimensão cultural dos migrantes, para fortalecer os valores, a fé e o compromisso com a vida. (celebração nos diversos idiomas) e comemoração do dia Internacional dos migrantes, como espaços privilegiados de ações e processo de conhecimento e conscientização.
  • Enviar material da semana do Migrante para as Dioceses, em vista à sensibilização para Organizar, motivar, celebrar no mês de junho esta importante data, abrindo assim oportunidade como um processo de acompanhamento dos migrante; imigrantes, refugiados que vivem em nosso Estado, lembrando que a semana acontece a nível Nacional em nosso país.
  • Participação em várias instâncias a nível municipal e Estadual em relação aos direitos humanos dos m/imigrantes, refugiados e suas famílias.
  • Acompanhar por meio de visitas as novas realidade de fluxos migratórios em nosso Estado, dando um especial acompanhamentos aos que estão em situação de vulnerabilidade social, econômica, psicológica e espiritual-pastoral.
  • Parceria com Pastorais Sociais, Órgãos do governo Federal, Estadual e Municipal em relação aos direitos dos Imigrantes, Migrantes, Refugiados e suas famílias.
  • Dar uma especial atenção aos estudantes estrangeiros que estão nas diversas Universidades de nosso Estado

Prioridades

  • Realização de celebrações, reuniões, festas encontros que possam favorecer intercâmbio entre os migrantes no campo religioso, social, político e cultural.
  • Trabalhar em Rede com outras dioceses e organizações que estão preocupados com o fenômeno da mobilidade humana.
  • Fortalecimento e acompanhamento dos grupos de base por meio de visitas

Alguns desafios:

A acolhida, resgate cultural, o resgate da cidadania, a presença em três momentos (origem-trânsito-destino), diálogo com o diferente numa relação intercultural, trabalhar as consciências no cultivo da sensibilidade e solidariedade, denunciar as causas injustiças da miséria, fome, opressão, da migração forçada, da concentração de renda, fortalecer e anunciar as causas justas, positivas, do resgate da vida, da organização, da fé comprometida, na defesa da pessoa, construindo comunidades e transformando a sociedade, incidir politicamente para leis em favor da vida dos migrantes e para políticas públicas ao serviço dos excluídos.

  • Como criar e recriar novas estruturas sociais e eclesiais possibilitando espaços de solidariedade e de gratuidade para os migrantes, dignificando as relações e as pessoas?
  • Como intensificar nossa ação no estado do Paraná, uma vez que temos grandes dificuldades com material humano de financeiro.

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